sexta-feira, 19 de junho de 2020


Pe Marcelo Aravena nas vésperas de Corpus Christi nos motiva a participar do mistério Eucarístico presente no pão e vinho

Amizade entre Deus e o homem: Aliança

A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo nos leva à tomada de consciência da grandiosidade da amizade selada entre Deus e o Homem.

Em primeiro lugar, ela nos conscientiza da grande amizade selada entre Deus e o Homem. Deus quer se unir para sempre ao ser por ele criado, que inventa um modo de estar sempre visivelmente presente aos olhos de sua criatura. 

Mais ainda, na 1ª Carta aos Coríntios, Paulo nos diz que o Senhor realizou a nova e eterna aliança, através do derramamento de seu sangue, objeto de perdão e da santificação humana. O pão, seu corpo, é partido como alimento entre os irmãos. Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão.” (1Cor 10,17)

Por isso do mesmo modo que a Igreja faz a Eucaristia, a Eucaristia faz a Igreja. Não é possível separar o corpo eucarístico do corpo eclesial, da comunidade.

Celebrar a Eucaristia é fazer memória da ação do Senhor na Ceia e de sua morte, é tornar presente seu sacrifício redentor, é a celebração da partilha na Comunidade e é a celebração do futuro, de sua vinda gloriosa.

Minha participação: comprometer-me com o outro

Celebrar a Eucaristia e partilhar o corpo e o sangue do Senhor é comprometer-se em partilhar o que se tem e, sem dúvida, partilhar a própria vida como fez Jesus e continua fazendo na Eucaristia. De fato, viver a Eucaristia é comprometer-se com o outro, é fazer-se responsável pelo outro.

Que nossa vida, nossos dias, sejam marcados pelo seguimento da pessoa de Jesus Cristo, de sua entrega para o bem de todos, sem receio de sacrifícios e de partilhas. Partilhar o pão eucarístico, o corpo do Senhor, seja incentivo e também reflexo da partilha do pão que está sobre nossa mesa, de todos os dons que o Senhor nos presenteia, sem mérito nosso, enfim, de toda nossa vida.


Luz e Força: do Alto!
A situação que vivemos no mundo hoje constitui também uma dolorosa experiência. Constatamos em carne própria do que somos capazes. Constatamos os limites de nossas possibilidades humanas. Sentimos a fragilidade das soluções puramente humanas. Vemos como fazem planos, mudam homens, e, entretanto não saímos do pântano.

Sentimos mais que nunca a necessidade de Alguém que nos salve, de uma nova luz e uma nova força. Elas vêm, em definitivo, de mais alto, de Deus.

É Cristo mesmo, é o Homem-Deus. Só Deus pode dar-nos a luz e a força para construir uma grande nação de irmãos, onde haja trabalho, respeito, amor e alegria.

Tenho Cristo em mim: na medida de minha fé

A presença de Cristo, Filho de Deus, na Eucaristia, é um mistério impressionante. A Ele temos acesso somente na medida de nossa fé. A eficácia do pão eucarístico que recebemos depende da medida da fé com que o recebamos. Esse pão que comemos nos vai transformando sempre mais a semelhança de Cristo: nos dá seus sentimentos e atitudes, nos faz participar, “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”.

Este é o mistério do homem novo cristão. Trata-se de um homem divinizado, que vive em Cristo e Cristo vive nele. A comunhão nos une pessoalmente com Jesus. Tanto nossa alma como nosso corpo se unem estreitamente com Ele. Em cada Eucaristia, Ele quer descer de novo a terra, encarnar-se em cada um de nós. Tornamos-nos assim, carne de sua carne e sangue de seu sangue.

Pão de unidade em fraternidade

Em Cristo somos filhos de Deus nosso Pai do céu, e por isso somos todos irmãos. O pão eucarístico é o pão da unidade e fraternidade. Por isso, o Padre José Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, diz numa oração pessoal a Jesus: “Tu és a límpida fonte de paz, o vínculo que une todos os povos, o poder que vence a discórdia, a luz que ilumina e aquece”.

Para grandes males, grandes remédios. O que nos ensinam as circunstâncias atuais? Ensinam-nos o relativo de todas as soluções e sistemas humanos se não se apóiam se não se alimentam do pão de vida. Além disso, nos ensinam que dificuldades são tarefas. Havemos de buscar com renovado afinco, até as últimas consequências, essa “fonte de paz”; esse “vínculo”; esse “poder” e essa “luz” que vem do alto, que vem de Cristo.



Unir o amor
Queridos irmãos, em cada Eucaristia, Cristo nos convida a nos unir a Ele, a nos identificar com Ele, para que assim sua vontade se torne a nossa, sua inteligência e seus afetos nos contagiem. Até que um dia possamos dizer com São Paulo: “Já não sou eu quem vive se não que é Cristo quem vive em mim”.

No caminho o perdão vem de Deus

Deus sabe que somos pecadores. Que estamos todos em caminho, como no antigo Israel. Desde este ponto de vista, a Eucaristia é o banquete em que o Pai acolhe e celebra a seus filhos pródigos. Banquete de perdão e reconciliação para os que humildemente confessam suas traições, e retornam para pedir o Pão que pode ajudá-los, a ser mais filhos e mais irmãos.

Maria: o “Trigal de Jesus”

Ninguém melhor que Maria pode nos ensinar como nos acercar a Eucaristia. Este foi seu grande sacramento, o único que Ela recebeu do mesmo modo que nós. Cada vez que recebia das mãos de São João, este Pão que era o Corpo de seu Filho, Maria tem que haver-se emocionado profundamente. Porque reconhecia o mesmo Pão que Ela, durante nove meses, havia preparado com amor em seu ventre. Porque sabia que era farinha de seu próprio trigal.

A Virgem havia feito sua “Primeira comunhão” o dia da Anunciação. Uma “Primeira comunhão” única, que se prolongou durante os nove meses que Jesus habitou em seu corpo. Depois, cada vez que Maria comungava, revivia esses meses de profunda união Espiritual e física com o Filho que esperava.

Peçamos por isso, à Santíssima Virgem Maria, Nossa Mãe que nos ensine o modo de nos acercar a Eucaristia. Que nos ajude a reviver em nós sua atitude da Anunciação. É dizer, com um coração pobre e puro, disponível, capaz de crer e de dizer que sim, porque tudo o mais corre por conta do Senhor, para quem nada é impossível.

Jaraguá, 10 de junho de 2020



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Fonte consultada:
Fr. César Augusto - Vatican City
Fr. Nicolás Schwizer - Schoenstatt- Paraguay
Fr. Marcelo Aravena - Schoenstatt - Brazil
Tradução: Pe  Marcelo Aravena
Vídeo:

Fr. Marcelo Aravena
Film&Videomaker: Rafael Mota
Video recording location:

Santuário de Shoenstatt : Sião do Jaraguá, São Paulo, Brasil

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