No dia 23 de novembro de 2019, casais da Liga de Famílias do
Jaraguá realizaram seu retiro anual, na Casa das Irmãs Japonesas Franciscanas no
Jaraguá. Este ano com o tema: “ALEGRE ESTAS, ALEGRE ESTOU!”
Participaram 15 casais, com acompanhamento do Padre Marcelo Aravena
e da Sra. Raquel Padilha assessores da Liga. O retiro foi organizado pelo casal Antonio Carlos de A. Vicente e Sueli Vilarinho, decoração e Oficinas ficaram por conta da Lizete Lourenço, colaboradora,
e Francisca Arlindo da Liga de famílias.
A Oração da Manhã enfatizou a alegria:” Que
o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele,
para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo” Rm15:13
A alegria do Senhor nos dá força! As alegrias que o mundo
oferece muitas vezes esgotam nossas forças e, quando acabam, nos deixam
exaustos, doentes e tristes. Mas a alegria de Deus é uma bênção.
Sua alegria nos dá força para enfrentar as dificuldades, sem
desistir. A alegria do Senhor também nos ensina a apreciar todas as bênçãos que
Deus nos dá, enchendo nossos corações de gratidão e eliminando a inveja e o
descontentamento com Deus.
Um recipiente com água, era o local para depositar as “bolinhas
de gel” de duas cores. Transparente significava a alegria e a vermelha uma
alegria mais intensa. Ao final notou-se que as vermelhas se destacam, mas
sempre há alegrias menores e transparentes em nossas vidas.
Durante o retiro os homens foram convidados a vestir o
paletó do João Pozzobon e peregrinar com a Mãe Rainha, uma homenagem ao ano de
João Pozzobon, ele que tantas vezes visitou o Jaraguá e sua foto principal é da
rua em que se encontra o convento das irmãs Franciscanas, onde foi realizado o
retiro.
1.Cristo causa de alegria
A primeira parte da palestra do padre Marcelo se deu pela importância
da família assim como na época dos primeiros cristãos, toda a vida eclesial
ocorria em casas, pois ainda não havia templos próprios. Toda a família se
converteu e se tornou parte da Igreja. Através do baptismo e do sacramento do
matrimónio, o próprio Cristo está presente em cada lar cristão e dali realiza a
sua tarefa salvífica: cura, abençoa, transforma, guia e educa o seu povo no seu
caminho de salvação.
" Neste tipo de Igreja doméstica, os pais devem ser
para os seus filhos os primeiros pregadores da fé, por palavra e exemplo, e
devem promover a sagrada vocação " (Lúmen gentium, 11).
A nossa primeira experiência eclesial é a nossa própria
casa. Lá aprendemos a crer, a amar a Deus e aos homens, lá nos desenvolvemos
como pessoas. No seio do lar, encontramos Deus que habita no meio de nós. Pelo
batismo participamos da missão profética, sacerdotal e real de Cristo; pelo
sacramento do matrimônio o fazemos como casal, e o próprio Cristo age por meio
de nós, santificando nossa família.
Hoje, mais do que nunca, a família, cujo pilar fundamental
são os pais, tem um papel fundamental na transmissão da fé. Que bem nos faria,
como casal, lera a palavra de Deus.
Poderíamos nos perguntar também como cultivamos nosso amor
pela Igreja em nossa casa: a leitura da Palavra de Deus, nossas conversas de
fé, como aproveitamos os períodos de catequese de confirmação e de primeira
comunhão de nossos filhos.
O nosso desafio é conquistar o que foi herdado. Temos de
levar para o futuro o que os nossos avós nos legaram. O que nos legaram? O que
herdou dos seus pais, conquiste para possuí-lo verdadeiramente.
2.Diálogo causa de alegria
A segunda parte da palestra se refere ao diálogo familiar,
como causa e norma de causas de alegrias.
Hoje em dia fala-se muito de diálogo, em todos os âmbitos da
vida. Mas isso não quer dizer que se dialogue muito. Porque falar é fácil,
ensinar é fácil. Mas dialogar é difícil.
Também na família, o verdadeiro diálogo é raro. Também nas
famílias aonde aparentemente tudo vai bem, aonde ninguém jamais levanta a voz.
O que vale e é necessário é o verdadeiro diálogo. Certa
tolerância em relação aos pontos de vista dos filhos, não é diálogo. Certo
colocar-se em seu lugar, como amigo compreensivo, não é ainda diálogo.
O diálogo supõe uma profunda atitude interior, a virtude da
humildade. Não crer ser possuidor de toda a verdade, perfeitos, imutáveis. Mas
sim conhecer os próprios limites, a necessidade de melhorar, de mudar.
Esta humildade é a condição do diálogo.
O que acontece é que o diálogo autêntico se dá
entre verdadeiras pessoas. E pertence à humildade reconhecer ao outro, também
ao filho, como pessoa verdadeira. Menor, mais débil, menos preparada para
viver, mas pessoa. Pessoa original, consciente, capaz de assumir a
responsabilidade das próprias decisões.
O diálogo é uma misteriosa ponte estendida entre seres livres:
não necessariamente da mesma idade, com a mesma preparação, não necessariamente
iguais; mas sim necessariamente conscientes e livres.
O diálogo verdadeiro não exclui a autoridade que um possa
ter sobre o outro. Exclui, em troca, qualquer forma de menosprezo, de falta de
estima ou respeito, de paternalismo. Os pais que dialogam com seus filhos verão
aumentar sua autoridade. Assim como Deus não temeu perder autoridade por
dialogar com o homem; até se fez um de nós para facilitá-lo.
3.A escuta é causa de alegria
Dialogar significa falar, mas também escutar. O diálogo entre pais
e filhos é difícil, porque há pais e
algumas vezes também filhos que não
sabem escutar.
Por um lado, é um problema de tempo: A mãe encontra-se às vezes
absorta pelos afazeres do lar, certamente muito importantes.
Mas não é menos importante escutar ao filho que regressa da
escola. É certo que pai tem muito que fazer. Mas sempre deve haver tempo para o
mais importante; e para um pai não há nada mais importante que atender, cuidar
e educar o filho.
Poderia dizer que os pais estão dispostos a escutar, mas que os
filhos não estão dispostos a falar. Mas, fundamentalmente de quem é a culpa?
Talvez os filhos tentassem e não se lhes prestou suficiente atenção. Então se
fecharam em seu silencio. Sua sensibilidade com relação à atenção dos pais é
enorme, até pode parecer exagerada.
O que o jovem quer dizer, tem para ele muita importância. O pensou
e repensou, até o sofreu. E se não encontra em casa quem queira escutá-lo,
buscará fora dela atenções mais ou menos autênticas.
Um tempo de atenção à família é causa de alegria
Saber escutar, mais que um problema de tempo é um ato de atenção e
de disponibilidade interior. Por isso é tão difícil. Trata-se de ter em si
mesmo um pouco de lugar pare o outro e o que diz. Trata-se de não estar cheio
de si mesmo, ter lugar para os demais. Se não sabemos escutar ao outro com amor
alegre, ele percebe, e não fala mais.
O verdadeiro diálogo pressupõe a atenção: atenção à vida dos
filhos, a suas palavras, a seus problemas. Por isso, para amar aos filhos é
indispensável saber mirá-los. Trata-se de uma mirada atenta, na qual a alma se
esvazia de todo conteúdo próprio, para receber em si ao ser que contempla, tal
como é, com toda sua verdade e sua riqueza.
Padre Marcelo conclui com uma prece: “Peçamos
Nossa Mãe que presenteie a nós, a nossos pais e a nossos filhos, a graça de um
diálogo familiar fecundo e permanente e que assim nossas famílias possam
crescer cada vez mais em amor, em entrega e em compreensão mútua”.¹
A Sra. Raquel nos convidou a colocar na boca uma balinha e pegar
uma frase da Irmã Emilie. A bala devia ser saboreada, assim como os acontecimentos
do dia precisamos saborear e tentar entender o que Deus nos fala através deles.
Devagar, saboreando, no exemplo que Padre José Kentenich educou a Irmã em seu
estado de depressão, assim também nós podemos pedir que nos eduque, agora do
céu.
Após o almoço, o Sr. Vilebaldo,
animou o grupo e convidou para cada música um ajudante que cantasse com ele. Um momento de acordar e descontrair.
Palestra sobre saúde
O casal do Instituto de Famílias Paulina e Diógenes Lawand
explicou sobre o tema da saúde do casal. Padre Kentenich falava da vinculação harmônica, que sejamos orgânicos
com Deus, comigo, com os lugares , com as ideias. A santificação da vida diária
pode ser vista por esta perspectiva, meu esforço pessoal em ter uma boa saúde, ter
união entre fé e vida. Juntar o natural e sobrenatural.
Com exemplos práticos de como chegamos em casa, com qual humor, o
que me ajuda a chegar em casa com mais calma?
Na família a falta de saúde pode ser, preocupações, dores (pode
ter frustação associada), estado físico e espiritual abalados.
Saúde pelo Padre Kentenich envolve o todo, integral, espiritual,
social. Um banho espiritual ao chegar em casa, diante do santuário Lar,
entregar, colocar tudo o que aconteceu no dia e ter um tempo para “ouvir” o que
Deus fala neste momento. Também entender
o que Deus quis falar com o acontecimento do dia. Uma forma concreta de “aliviar”
o stress e encontrar a vida em todos os acontecimentos.
Relação de bomba com os acontecimentos e solicitações exteriores,
e um extremo vazio interior. Falta de domínio interior. Pessoas explodindo por
qualquer motivo. Com falta de qualidade de vida, com ambientes cheios, em
metrô, ônibus. Com qual atitude encaramos estes desafios e dificuldades? Ter
serenidade e leveza no dia a dia.
Sentir o corpo e suas limitações, quantas horas de sono eu
preciso, entendo o meu ritmo?
Explicar ao cônjuge o que tenho, mas tenho que entender meus
pontos fracos, quando estou sentido algo, ou o que posso fazer para evitar meus
problemas e ajudar na convivência familiar.
A saúde mental é fundamental, exemplo da síndrome do pânico, ou
depressão, devemos passar pelo médico correto, mas também tratar o motivo e
causa. Usar os instrumentos de Deus, médicos e psiquiátricas, para também nos
ajudar.
Os homens fizeram as lembrancinhas para suas esposas. Uma flor e caixinha
de bombom. Um cartão continha a carta de João Pozzobon quando sua esposa Vilma faleceu.
As Mulheres fizeram uma sacolinha, envasaram vinho em pequena
garrafa, com rótulo e carta de vinho com suas datas de casamento e um poema da
Dona Helena Kurh ao Dr Fritz;
Ambas as cartas foram lidas ao final da missa.
Um lindo terço foi rezado, terço preparado pelo casal Leda e
Jayme Castro. A saudação inicial:
“A vida matrimonial é uma vocação. O atendimento à esta vocação é
um desafio. Muitas são as dificuldades, esforços e sofrimentos, para que a vida
familiar seja firmada a cada dia sobre a estabilidade da rocha. Também
desafiador é viver a exortação de São Paulo: " Alegrai-vos! repito
alegrai-vos!"(Filipenses 4,4) diante das dificuldades que naturalmente se
sucedem na vida cotidiana de uma família.
Embora em alguns momentos possamos estar exaustos diante de tantas
exigências da vida, das árduas tarefas que nos cabem, algumas vezes precisamos
contemplar à luz da Alegria, a trajetória que temos feito como casal. Desta
forma, podemos perceber que ela delicadamente nos acompanha, e podemos abrir
nossos corações para sermos mais sensíveis a estes acenos de Deus, que se
compraz na alegria de seus filhos.”
Padre Marcelo celebrou a missa, com a liturgia de Cristo rei. Em sua
homilia, falou sobre a alegria, como São Paulo define o Reino, com paz e
justiça e alegria no Espírito Santo. Estes três valores são para viver em
nossas casas, como antecipação do Reino de Deus.
“Devemos trabalhar um pouco, com pequenas regras para a alegria: humildade entre nós, não ter arrogância, ter paciência,
aguentar um pouquinho, não falar, deixar o que o cônjuge falar, para melhora do
diálogo. A simpatia, é uma forma agradável de conversar, sem termos agressivos.
O diálogo deve ser oportuno, não em qualquer momento, quando estamos cansados,
evitar entrar em grandes temas. Buscar o momento, dialogar sempre, assim como nos
4 Rs (palestra do retiro do ano passado). Diálogo diário, semanal, mensal e
anual para cultivar o relacionamento conjugal com a família.
Conclui assim o retiro Pe Marcelo: “Que Deus nos ajude a construir
seu Reino, mas começando pela família!”
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¹ Pe Nicolas Sch.Adaptação Pe. Marcelo Aravena
Texto Sueli Vilarinho
Depoimentos ao final do retiro:
O Casal Terezinha e Adenilton Pires comentam: “O
encontro de casais, é muito esperado por mim e pelo Adenilton, segundo ano que
nos preparamos para esse momento, dia reservado especialmente para renovar
nossa aliança matrimonial e realizar a missão que Deus reservou para nós desde
toda eternidade. Novamente foi um momento único, um dia todo reservado e
preparado com muito carinho, onde aprendemos relembramos e renovamos o que as
vezes pela correria do dia a dia deixamos passar.
Eu e o Adenilton pudemos
relembrar com todo carinho a frase que escolhemos para a nossa Aliança Matrimonial que foi tão
importante para o dia do nosso casamento: “Nas tuas mãos Senhor colocamos o
amor um do outro, para que ele santificado por ti, seja a máxima realização de
nossas vidas". Assim procuramos
viver nossa linda história de amor com nossos filhos, mas que precisa ser renovada,
relembrada e alimentada cada dia, pelo amor, carinho e compreensão que temos um
pelo outro e por nossa família.” ❤❤
A Nilséia esposa do Gilson Silva, atuais dirigentes
da Liga: “Percebi o quanto é importante e a necessidade colocarmos a nossa
alegria em prática, Padre Marcelo nos passou coisas muito importantes a
respeito de sentimentos, foi maravilhoso o tema e muito bem trabalhado obrigada”.
🙏🏾
Roseli Kataoka
comenta: “adorei foi muito proveitoso momento de reflexão, aprendizado e de
muita alegria...”
Valquíria e Luiz Roberto: “Muito boa a reflexão
que o Padre Marcelo sugeriu que fizéssemos sobre o diálogo em família e saber
ouvir o outro, bem como, outros assuntos importantes na vida diária. Também a
palestra sobre saúde do casal Diógenes e Paulina, nos fez ver como coisas simples
do nosso dia a dia pode evitar ou prevenir doenças comuns e ter uma melhor
qualidade de vida.”!!!👏👏
Cida e Jorge:
“Foi um dia muito proveitoso, aprendemos muito com as palestras, nos
divertimos e nos alegramos por estarmos em família e principalmente nos
alegramos em Cristo. Que essa alegria possa permanecer em nós!! Muita gratidão por ter participado”.
Valéria e Márcio Minori:
“Gostamos muito..., mas o que marcou muito foi a palestra do padre Marcelo,
quando falou da importância do diálogo, e com os idosos, como temos pais
idosos, principalmente o meu sogro que é acamado... Uma ótima reflexão...”
Rosana e Sérgio Lambert: “Como é importante dar
essa parada, especialmente nesse ano jubilar, para juntos refletirmos sobre o
nosso ano e a nossa alegria em juntos (Eu e a Rosana) de sempre estarmos
servindo a nossa Liga e o Santuário. Esse é um dos pontos que mais nos deixa
alegres, horar nossa Aliança através da nossa doação aos serviços que podemos
ser úteis. nos tocou em como é importante viver o lema do nosso retiro:
"Alegre estás. alegre estou"
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